quarta-feira, 10 de setembro de 2008

porque eu escrevo

"O diálogo abaixo acontece entre um menino de 6 anos, que passa boa parte do dia na pré-escola fazendo lições de escrita desde os 4 anos de idade, e uma pesquisadora. Ao perceber a pesquisadora que escreve no fundo da sala, ele se aproxima curioso e pergunta:

- Moça, o que você está fazendo ?
- Estou escrevendo ! - a pesquisadora responde.
- Por que ? - insiste o menino.
- Para eu ler mais tarde e me lembrar do que eu vi aqui na sala ! - responde a pesquisadora.
- Quem mandou ? - pergunta o menino.

Nesse breve diálogo há uma grande denúncia. Ele denuncia a concepção de escrita que a escola ensinou para esse menino: escrevemos o que alguém manda. A escola parece que não ensinou para o menino que a gente escreve o que a gente quer comunicar para alguém ou quer lembrar mais tarde. (...)

Segundo um autor francês chamado Roland Barthes, "a gente escreve o desejo da gente...e o desejo da gente não acaba nunca". (...)"

(Trechos da Palestra de Suely Amaral Mello, realizada no Curso de Formação de Professores da Secretaria Municipal de Educação de Campinas, 2007)

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